Uso de máscara: Será que o saudável desenvolvimento cerebral dos bebés está em risco?
Para onde quer que se olhe, observamos adultos responsáveis a usarem máscaras.
Esta é uma excelente notícia em relação ao comportamento das pessoas e vai certamente ajudar a manter o contágio por COVID-19 mais controlado, conforme a evidência tem demonstrado.
As máscaras podem ser diferentes de acordo com o tipo de profissão que cada um tem: profissionais de saúde usam P2 e as pessoas na rua usam máscaras sociais reutilizáveis. Mas existe um grupo de profissionais que precisa de outro tipo de máscaras: as pessoas que cuidam dos bebés e crianças pequenas.
Estes deveriam evitar o uso de máscaras padrão, porque isso, entre outros aspetos, elimina a capacidade do bebé ler e responder às pistas faciais do cuidador. Em particular os bebés com menos de 3 anos, que representam uma grupo especialmente vulnerável aos efeitos negativos do uso de máscaras, não para o controlo da propagação do vírus mas para o seu desenvolvimento cerebral.
Nos primeiros anos de vida, mais de um milhão de novas conexões neuronais (entre neurónios) são formadas a cada segundo que passa, uma velocidade jamais atingida em qualquer outra fase da nossa vida. Após esse período, as conexões vão sofrer um processo de especialização e eficiência, o que faz com a que muitas delas desapareçam por um mecanismo de “poda neuronal”. Ora. para que este desenvolvimento cerebral se dê na altura certa, ou seja nesta janela de oportunidade que são os primeiros três anos de vida em que reina o “use ou perca” no que diz respeitos aos neurónios que o bebé tem, é de extrema importância um outro mecanismo: o de “dar e receber”, ou seja, quando um bebé fala ou dá qualquer outro sinal e o adulto responde a essa pista.
Para crianças com menos de três anos de idade, o desenvolvimento do cérebro é extremamente sensível às pistas sociais – dos seus cuidadores – e a maioria dessas pista está no rosto. Estas interações de ida e volta, este espelhar de expressões faciais dos bebés e vice-versa, do ponto de vista neurodesenvolvimental são consideradas essenciais para promover o desenvolvimento saudável do cérebro. Por exemplo, por volta de um ano de idades os bebés monitorizam o sorriso das mães para perceber se podem ou não experimentar coisas novas essenciais ao seu desenvolvimento.
Os bebés utilizam os rostos de quem deles cuida para aprenderem acerca do mundo. As máscaras padrão eliminariam essas pistas visíveis aos bebés e crianças pequenas e mimetizam algo semelhante a um rosto estático, algo que da psicologia experimental sabemos que provoca imenso stress no bebé.
Ao conviverem muitas horas com pessoas a usar máscaras, as crianças perdem muitas das ferramentas visuais cruciais de que necessitam para o desenvolvimento da linguagem, já que os bebés usam uma combinação de sinais auditivos e visuais para aprender a falar. Para distinguirem sons do tipo “ba” e “da”, os bebés olham para a boca de quem interage com eles. Ao nível do desenvolvimento da linguagem, os bebés entre os quatro e os oito meses de idade os bebés concentram-se na boca, e novamente por volta dos 14 meses quando aprendem palavras, obtendo não apenas pistas auditivas, mas visuais. Por utilizarem tanto essas pistas visuais, os bebés podem ter dificuldade para identificar as vozes dos seus cuidadores quando eles estão a usar máscara.
Décadas de pesquisa mostram que os bebés aprendem coisas únicas através das diferentes partes do rosto. Nomeadamente a interpretação do rosto dos que com eles interage incentiva o desenvolvimento sócio emocional, por observação das diferentes expressões faciais dos seus cuidadores, o que os ajuda a desenvolver o seu leque de emoções.
Quanto mais novas são as crianças, e quanto mais tempo ficam expostas a rostos vazios de expressão com exceção dos olhos, maior será o risco para o seu saudável desenvolvimento cerebral, com impacto na sua saúde mental para toda a vida.
Enquanto que no caso das crianças mais velhas outras pistas mais subtis, como o sorriso do olhar, associadas a pistas auditivas que sinalizam a intenção da comunicação, podem ajudar a preencher o esse vazio, no caso dos bebés, extremamente dependentes de estímulos, o desenvolvimento cerebral tem maior probabilidade de ser afetado negativamente.
Então, o que pode ser feito?
A solução é simples. Se os bebés forem expostos a cuidadores com máscaras por longos períodos de tempo, nomeadamente em creches, é recomendável que em casa os pais tenham mais atenção e passem mais tempo a conversar com o bebé.
Para além disso, o ideal seria o uso de máscaras transparentes, algumas já produzidas em Portugal, como é o caso da Make it Safe. Para além de reutilizáveis, são anti embaciantes, certificadas e com proteção UV. Especialmente para os seguidores da ForBabiesBrain, a Make it Safe está a conceder um desconto a quem mencione o código FORBABIES no ato da encomenda, por email, telefone ou redes sociais. Para mais informações contacte a Make it Safe: info.makeitsafe@gmail.com | 911935393