Sinais de Alerta: Quando algo não corre bem…
O cérebro do bebé vem pré-programado para memorizar, lembrar e adaptar-se às exigências do meio ambiente que o envolve. A plasticidade do cérebro do bebé faz com que ele seja capaz de mudar, adaptar e programar-se a si próprio de formas diferentes, de maneira a corresponder às solicitações do ambiente.
Os relacionamentos são a maneira dos bebés conhecerem o mundo e o seu lugar nele, e esses relacionamentos traduzem-se no contexto amoroso necessário para consolar, proteger e encorajar. É através das relações que os bebés desenvolvem o seu bem-estar emocional, social, incluindo mesmo a sua capacidade de formar relacionamentos satisfatórios e seguros com os outros, de brincar, comunicar, explorar e aprender, enfrentar desafios, exprimir emoções e desenvolver novas experiências. Além disso, as relações são cruciais para o desenvolvimento da confiança, empatia, compaixão, generosidade e consciência no Ser Humano.
Bom, mas na pratica o que é que isto quer dizer? Que é importante ter tempo para devolver… lembra-se daquele sorriso fantástico com que o seu bebé a brindou depois de a contemplar? Pois bem chegou agora a sua vez de retribuir….Se bem que nunca vai acabar. Observe com atenção o que faz o seu bebé, pois ele podem dizer-lhe muito. Quando os bebés se sentem respondidos e compreendidos, desenvolvem a auto-confiança e auto-estima.
Tocar, confortar, embalar, cantar, conversar são mensagens que sem querer envia ao seu bebé dizendo-lhe o quanto ele é alguém muito especial!
E quando ele sente que é amado por quem ele é, ele aprende a amar os outros dessa mesma maneira.
Nos primeiros meses de vida, os bebés com um bom desenvolvimento social e emocional, reconhecem a linguagem humana e têm preferência pela voz da própria mãe, preferem rostos humanos, fazem contato visual, sorriem, imitam expressões faciais, dormem bem e bastantes vezes, levam o polegar à boca para sugar, gostam do contato físico e choram de forma a comunicar fome, dor ou angústia.
Mas, nem sempre é assim e por vezes há bebés que nos comunicam que estão a passar um mau bocado e o quanto estão a sofrer, pelo que precisa de estar alerta para os sinais, por vezes discretos, que eles nos enviam para dizer isso. Muitas vezes esses sinais são entendidos como comportamentos normais ou que vão passar com a idade, representando somente uma má fase mas, na verdade, quando não os escutamos estamos a dizer-lhes que a sua dor não importa e que não há nada que possamos fazer para aliviá-la.
A partir daí, cada bebé à sua maneira aprende a silenciar o seu sofrimento, porque não espera do mundo uma resposta de conforto!
Convém, no entanto, também dizer que os bebés são todos diferentes e, por isso a interpretação destes sinais deve ter em conta as circunstâncias específicas daquele bebé e do seu mundo.
Muitos fatores podem afectar a forma como os bebés expressam suas habilidades sociais ou competências emocionais. São exemplos de fatores de risco ambientais, viver numa comunidade insegura, receber cuidados numa unidade de atendimento de baixa qualidade, falta de recursos, depressão materna ou doença mental na família, abuso de substâncias dos pais, violência familiar, pobreza, etc.
Respeitando pacientemente os sinais do bebé vai ajudar a que ele se torne mais bem sucedido no seu desenvolvimento global.
O bebé não é capaz de nos dizer o que é que está a acontecer para que ele se sinta mal, ou qual a solução. Cabe aos pais reconhecer as questões do bebé e ajudá-lo a sentir-se seguro e confortável. Ele dependente totalmente do cuidador para descobrir isso por ele, e também tem de descobrir o que fazer para ajudá-lo. Na maior parte dos casos é isto que acontece e os Pais têm um “bebédar” sempre a funcionar que lhes permite detetar os mais discretos sinais!
Todos iguais mas todos diferentes…
Nem todos os bebés são capazes de processar a informação sensorial da mesma forma. A integração sensorial consiste no desenvolvimento da capacidade de perceber, aprender e organizar as sensações recebidas e do meio à sua volta através das suas portas de entrada, que são os seus sentidos (ver, ouvir, sentir, etc…).
No decorrer do desenvolvimento do processamento sensorial, o bebé começa a dar significado às percepções que recebe e, responde de forma adaptativa. Cada vez que o bebé responde de forma adaptativa, o sistema nervoso armazena o conhecimento adquirido de forma a utilizar em novas experiências sensoriais. Quanto melhor for a habilidade do bebé em responder positivamente aos desafios do meio, mais complexas serão as respostas adaptativas em situações futuras.
Se um bebé tem dificuldades de integração sensorial, que inclui o processamento sensorial e a resposta sensorial, isto será traduzido num comportamento que pode ser muito confuso para os pais.
É útil lembrar que se o bebé está a ser difícil, é porque ele está a sentir dificuldades. Provavelmente estará a perguntar se está a deixar escapar algum sinal, e em seguida encontrará algumas pistas que podem ajudar.
Recorde sempre – discuta com o seu Pediatra ou com o seu Psicólogo de bebés algum sinal que esteja a ter dificuldade em decifrar!
Diferentes processamentos sensoriais.
Como todos os bebés se desenvolvem de forma diferente, podemos assim ter bebés com características diferentes:
Bebé irrequieto ou instável – Se um recém-nascido está a ter dificuldade em ajustar-se ao seu novo mundo, ele pode chorar muito e durante longos períodos de tempo, sendo difícil para os pais o acalmarem. Todos os bebés choram, é verdade, mas se o bebé chora durante muito tempo, mesmo quando se tenta tudo para o acalmar, ele pode estar a dar sinais de que está a ter dificuldades em processar a informação que esta a receber através de seus sentidos.
Bebé sossegado ou sonolento – O bebé estar muito sonolento ou demasiado tranquilo, pode ser outra forma de ele nos dizer que está a ter dificuldades sensoriais, muitas vezes que passam despercebidas por ser tão sossegadinho!
Antes de pensar logo que o seu bebé está a ter problemas de integração sensorial não se esqueça de garantir que ele come bem e ganha peso adequadamente e que não existe nenhuma razão médica para a sua sonolência.
Os bebés têm a alteração dos níveis de tolerância sensorial imprevisíveis, podendo mudar ao longo do dia. Ele pode ser hiper-sensível a algo e, em seguida, ser hipo-sensível a essa mesma coisa. Tenha em mente que a mudança sensorial é normal e o comportamento imprevisível é previsível nos bebés.
Os bebés sensíveis ao toque sentem-se angustiados quando são tocados em partes sensíveis do corpo. Um bebé pode chorar, fazer barulho e ter um olhar desconfortável quando vestidos com determinadas roupas, preferindo assim tecidos suaves, que não arranhem ou roupas que não apertem…
Os olhos são as janelas que nos permitem olhar para o mundo. Um bebé sensível à luz pode dormir durante todo o dia de modo a evitar a estimulação excessiva de luz. Ele pode precisar de ser despertado para comer, preferir comer à noite de forma a evitar a estimulação.
Muitas vezes estes bebés são chamados de bebé anjinhos, porque dormem o dia todo e até para comer precisam de ser acordados! No entanto, este mesmo bebé pode ter “problemas de sono”, já que prefere ficar acordado à noite para que os seus sentidos não sejam sobrecarregados.
Podemos ter prazer ao ouvir música, o riso ou o canto. O som pode também alertar-nos para o perigo! Ouvir um apito, ou o rosnar de um animal agressivo. Os bebés sensíveis ao som podem dormir em qualquer ambiente ou podem acordar com apenas uma pena a cair no chão.
Os pais devem estar atentos como o seu bebé reage a diferentes ambientes e sons, de forma a perceber se o bebé se sente mais confortável em ambiente tranquilos ou mais ruidosos.