Quem nunca o fez ponha o dedo no ar!

Quem é que nunca deu beijinho no dói-dói do filhote e lhe disse que ia passar?
Na verdade, a ciência descobriu porque é que o beijinho da mãe tem este fantástico poder (que de mágico afinal não tem nada)!
Vários estudos reforçam a ideia de que o carinho da mãe ou do pai em momentos de dor tem efeitos fortíssimos: o consolo, nestas situações, faz com que o cérebro (mais precisamente a hipófise) da criança liberte uma hormona – a ocitocina – que tem como efeito mágico, e quase instantâneo, a diminuição da ansiedade que, por sua vez, reduz a perceção de dor por parte da criança. Fantástico, não acham?!
E mais, esse beijinho e outras trocas de carinho ativam as mesmas áreas do cérebro onde os analgésicos atuam. Para além disto, estes efeitos são muito mais duradouros do que o momento imediato, ficam para toda a vida com a criança, já que o vínculo consistente entre pais e filhos é a base de uma personalidade estável e equilibrada, permitindo à criança ter mecanismos mais saudáveis para lidar com o mundo e ser mais feliz!
Para além destes efeitos juntam-se outros ainda mais curiosos. Já reparou que quando trincamos a língua ou nos queimamos com uma garfada demasiado quente, o tempo que demora essa ferida a curar é bem diferente do que um corte no braço ou uma queimadura de forno na mão? Na realidade é 3 a 4 vezes mais rápido! Pois é, aparentemente isto tem a ver com a saliva!
A saliva contribui para o ambiente húmido da boca. Essa humidade melhora o funcionamento e auxilia na sobrevivência das células inflamatórias. As células inflamatórias, como neutrófilos e leucócitos, são cruciais na infeção e na cicatrização de feridas. A saliva também contém fatores de crescimento que promovem a proliferação de células epiteliais. E por fim, a saliva também contém histatina, que estimula a cicatrização da ferida, aumentando a disseminação e migração das células.
Por isso, é continuar com os beijinhos! O dói-dói passa mesmo.