Quando acaba a Licença de Maternidade: O Regresso ao Trabalho
Depois de seis meses em casa com o seu bebé, ter que voltar ao trabalho é sempre um momento complicado na vida das mães. Ele ainda é tão pequenino, tão dependente de si e dos seus cuidados, que é normal que se sinta confusa, preocupada, ou até assustada. Mas não se preocupe! Vai tudo correr bem!
Preparar o regresso no local de trabalho
No caso de ainda estar a amamentar vai precisar de tempo livre extra para o poder fazer. Como é que vai fazer a gestão desse tempo? Se calhar o melhor é, umas semanas antes do seu regresso, reunir-se com o seu superior e discutirem em conjunto quais são as possibilidades. Caso esteja a planear usar a bomba de amamentação durante o dia, pergunte onde o irá poder fazer em privacidade. Tem algum frigorífico que possa usar para guardar o leite? E lembre-se de preparar uma mala onde leve tudo o que vai precisar, como etiquetas e canetas para apontar os dias e a hora a que fez a extração, ou camisolas para se trocar no caso de ter alguma fuga.
Onde o vou deixar? Creche, avós ou ama?
Ninguém gosta de ter que deixar o seu filho com outras pessoas, durante tantas horas, especialmente nos primeiros anos de vida, que são os mais importantes para o seu desenvolvimento. E a situação não se torna muito mais fácil, mesmo que este “outros” sejam da família. Os primeiros três anos de vida do bebé são cruciais no seu desenvolvimento emocional, cognitivo e físico, com impacto direto na pessoa adulta em que se tornará. Assim, o seu pequeno cérebro é dependente de experiências diversificadas vividas com base numa relação segura e de confiança para poder explorar o mundo que o rodeia e crescer. Por isso é que os bebés estão sempre à procura de interação com os adultos que estão ao seu redor. Quando não obtém uma resposta a essa interação, ou ela é desajustada, isso vai ter impacto direto na arquitetura do cérebro, conduzindo a dificuldades de aprendizagem, problemas de comportamento, ou até mesmo maior vulnerabilidade para contrair doenças.
Portanto, o mais importante é sempre a qualidade do cuidado prestado. É importante recordar que as necessidades do bebé são muito mais do que a muda da fralda e o biberão, mas também as respostas a toda a comunicação que o bebé vai fazendo.
Se for mesmo necessário optar pela creche, procure a que lhe parecer mais apropriada para o seu bebé. Visite várias e quando chegar a uma decisão, deixe-lhes algumas informações: como as rotinas a que o bebé está habituado, a sua música preferida, as atividades que mais gosta, etc. E enquanto ainda está de férias vá deixando lá o seu bebé, nem que seja meia hora, de vez em quando.
E como é que eu vou ficar sem ele?
Os primeiros dias vão ser muito estranhos para si, habituada a ter o seu pequeno ao lado todos os dias, a todas as horas, desde que ele nasceu. Mas imagine que é uma amiga sua nessa mesma situação. O que é que lhe diria? Provavelmente seria qualquer coisa como: “É complicado, mas tu vais conseguir”, ou “Tem calma, é normal sentires-te assim, mais vais habituar-te”. Não era? Então seja a sua própria melhor amiga, e seja branda consigo. Lembre-se que não tem que ser perfeita, só tem que ser feliz.