Porque será que queremos tanto que os nossos bebés se acalmem sozinhos?
Para podermos responder a esta pergunta, temos de ter em mente o nosso bebé e senti-lo.
A verdade é que esta pergunta parece-se mais com uma urgência nossa, e da nossa sociedade, do que outra coisa qualquer.
Na verdade os nossos bebés não se conseguem acalmar sozinhos. Precisam de nós. Dependem de nós. Isto quer dizer que precisam que os seus papás assegurem a sua sobrevivência física mas, também, a sua sobrevivência psicológica.
Enquanto nós, adultos, temos a capacidade de nos acalmarmos, de nos pensarmos e pensarmos o que nos rodeia de forma a voltarmos a um estado de maior tranquilidade (após estado mais ansioso ou de aflição) os bebés não têm esta capacidade, porque o seu cérebro ainda está em desenvolvimento e construção (e este cérebro depende inteiramente dos pais e das experiências que proporcionam ao bebé).
Nós, adultos, temos estratégias e formas de adequarmos o nosso estado e adequarmos as nossas necessidades mediante adaptação (e experiência). São estas formas e estratégias adquiridas pelas nossas experiências que permitem reduzirmos estados de tensão, stress e angústia. Mas o nosso cérebro sabe como lidar com estas situações através das decisões que tomamos.
Os bebés, pelo contrário não sabem tomar decisões por eles próprios – eles dependem dos pais, assim como não sabem falar a linguagem do adulto e para darem a entender os seus estados comunicam na sua própria linguagem: o choro.
Ser mãe e pai é uma caminhada e a a verdade é que nenhuma mamã ou papá está preparado para esse papel… a parentalidade constrói-se. E tal como a parentalidade é construída, os papás vão aprendendo a sentir o seu bebé e a adaptar-se a ele de uma forma suficientemente boa, porque os bebés não precisam de pais perfeitos mas sim de pais autênticos, suficientes, adequados, responsivos e atentos.
E são todos estes predicados e adjectivos que vão fazer com que se adapte ao seu bebé e permitir que quando ele esteja aflito, a chorar, o possa acalmar no seu colo. Desta forma, e com esta experiência gratificante, o bebé está a guardar dentro de si experiências boas e respostas adequadas dos seus papás que lhe permitirão no futuro ter a capacidade de se auto-regular – ou seja, de ele próprio voltar a estados de maior tranquilidade sem estar dependente de outros. Para não falar de que estas experiências permitem o desenvolvimento cerebral e estimulam, não só o desenvolvimento mas também a ligação e a relação entre bebé e papás.
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