Porque é que não deve obrigar o seu bebé a partilhar
Com certeza que já todos nós passámos pela situação desconfortável de, numa festinha ou no parque, o nosso filho se recusar a partilhar o seu brinquedo com uma outra criança. Com um ar mais ou menos envergonhado, regra geral aproximamo-nos, e tentamos delicadamente explicar/convencer em tom de “é para fazer o que estou a dizer” que ele deve largar o seu brinquedo porque outra criança o quer naquele momento.
Mas porque diabo fazemos nós isto?!
Na verdade, o que é importante ensinar às crianças pequenas é a serem capazes de brincar bem juntas, o que para muitos pais quer imediatamente dizer ensinar o seu filho a partilhar! Pode ser só porque queremos ensinar os nossos filhos a crescerem e transformarem-se em pessoas generosas, tentando responder sempre às necessidades dos outros? Ou será porque queremos que os outros não pensem que somos pais egoístas ou negligentes?
Qual é o objetivo de ensinar nossos filhos a partilhar?
Na verdade, esta tarefa pode ser difícil tanto para eles como para nós, porque nos primeiros anos as crianças estão a aprender a satisfazer as suas próprias necessidades. Os conceitos de partilhar e emprestar são muito complexos para as crianças mais pequenas os compreenderem (é como falar chinês).
A maior parte delas ainda não desenvolveram competências complexas como a empatia, e por isso lhes é difícil colocarem-se “nos sapatos da outra criança” e, ainda mais difícil, ser capaz de fazer algo para que se satisfaça as necessidades do “outro” (convenhamos que encontramos ainda muitos adultos com esta mesma dificuldade).
Forçar o seu filho a partilhar não lhe vai ensinar as competências sociais que queremos que eles desenvolvam, pelo contrário, pode é aumentar os momentos de birra! Para além de que transmite uma mensagem que de certo não queremos passar: chorar em voz alta ajuda a conseguir o que se deseja ou devo sempre dar aquilo que quero ao outro, só porque o outro quer!
Mas, pense bem, agora colocando-se no lugar deles:
Quando as crianças estão a brincar elas estão concentradas na atividade que tem para elas uma lógica: Interromper isso só porque o “outro” quer, seria o mesmo que eu ir tirar-lhe a si os ingredientes enquanto está a fazer um bolo.
A questão da concentração: Imagine-se a ler um livro, a chegar à parte mais interessantes e de repente alguém chega ao pé de si, e zás tira-lhe o livro! Não se faz, certo?!
Não é assim também tão natural para nós adultos, pois não? Não partilhamos com qualquer estranho o nosso carro e o nosso telemóvel, por exemplo.
Dizer que “não” é uma competência muito importante para o futuro, que muitos de nós por vezes temos dificuldades em exercitar junto da nossa família, dos nossos colegas de trabalho, etc. Por isso deixe que o seu filho a desenvolva, vai-lhe ser útil no futuro!
Quer saber mais acerca deste assunto? Veja o vídeo.