O poder do amor no desenvolvimento cerebral do bebé
Construir um cérebro de um bebé é como construir uma casa, com fundações fortes e quatro paredes ao alto de desenvolvimento cognitivo, social, emocional e físico. E as primeiras experiências tornam-se os tijolos que constroem o cérebro.
Enquanto arquitetura cerebral – as fundações, paredes e tijolos – explicam que tipo de materiais de construção, a forma como ela é feita depende das relações do bebé com o outro.
O que a ciência nos diz, é que tal qual uma casa que tem uma planta e planos de arquitetura para a sua construção, a parte genética fornece a planta, mas a casa não se constrói sozinha, são necessários os empreiteiros, os trolhas, os pintores, eletrecistas, etc, ela precisa das relações para se edificar!
O cérebro de uma criança também não se constrói sozinho! É o amor que ajuda o cérebro a atingir o seu potencial de desenvolvimento. As interações com adultos cuidadores são a componente-chave de um ambiente saudável e estimulante. A este tipo de interações tão necessárias para o desenvolvimento cerebral chamamos relações de dar e receber, porque pressupõem uma dança a dois de estimulo e resposta.
Pense neste tipo de interações entre um adulto e um bebé como se fosse um jogo de ténis. Uma pessoa serve a bola e alguém do outro lado da rede devolve-a. Se ambos os jogadores estão atentos e são sensíveis, a bola vai e volta inúmeras vezes e o jogo é emocionante para todos. Tal e qual, como os bebés e crianças pequenas, formam as relações com os cuidadores.
Este “dar e receber” começa desde muito cedo com coisas muito simples como, quando a mãe joga com o bebé ao cu-cu e este lhe devolve o seu melhor sorriso, ou quando o pai lhe faz cócegas e ele se desfaz a rir. Mas algo de precioso se esta a passar ao mesmo tempo dentro do cérebro do bebé, ele está a crescer! Estas interações sensíveis formam sinapses (conexões entre neurónios) no cérebro do bebé.
Quanto mais se repetem este tipo de interações, mais reforçadas ficam essas sinapses. As relações “dar e receber” que um bebé estabelece com o seus pais e outros cuidadores, são a argamassa entre os tijolos, mais forte e resistente ou menos forte e frágil!
Os bebés estão naturalmente sempre à procura de interação, através das suas expressões faciais, do palrar, dos gestos e até do choro, aos quais os adultos à sua volta respondem em sintonia. A ausência desta resposta, o desajuste da mesma ou quando estas respostas não são confiáveis, tem impacto direto na arquitetura do cérebro conduzindo a dificuldades de aprendizagem, problemas comportamentais ou até mesmo maior vulnerabilidade à doença. O bem estar emocional do bebé fornece a base para o aparecimento das capacidades cognitivas indispensáveis à aprendizagem.
O cérebro é um órgão muitíssimo organizado, que integra de forma altamente coordenada todas as suas diversas funções, as capacidades cognitivas, emocionais e sociais estarão para sempre entrelaçadas durante toda a vida.
A elevada qualidade e relações de confiança são a chave para aproveitar ao máximo as experiências de aprendizagem e proporcionar o apoio necessário à construção segura do cérebro que irá ficar para toda a vida.
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