Estarão as creches preparadas para o regresso das crianças?
Os últimos meses foram marcados pelo aparecimento do novo Coronavírus. Todos nós tivemos que nos adaptar às novas circunstâncias, ainda que com o coração nas mãos. Muitas medidas de segurança foram implementadas, no entanto, no que toca aos nossos mais pequeninos, somos muito mais “picuinhas” no momento da decisão. As creches reabriram ainda antes das férias de verão, enquanto alguns pais optaram por ficar com os seus bebés em casa por mais algum tempo, outros encontraram na creche o apoio e a segurança de que precisavam. Estamos prestes a iniciar um novo ano letivo e as perguntas que se impõem são: Estarão as creches preparadas para o regresso das crianças? Será que incluem as medidas necessárias para acolher os bebés de forma segura? Serão a melhor opção em tempos de pandemia? Com este artigo procuramos ajudá-lo a perceber quais os aspetos a ter em consideração quando estiver a decidir se o seu bebé deve ou não regressar à creche.
Claro que num primeiro momento é importante ter em consideração os números da pandemia, isto é, o número de casos positivos e a taxa de crescimento do vírus na nossa área de residência. Idealmente, devemos estar perante uma curva descendente de casos na comunidade, representante de um decréscimo do número de infetados pelo novo Coronavírus na nossa zona. Isso significa que, de alguma forma, o vírus está controlado, a sua transmissão está a diminuir e estão a ser tomadas as medidas de segurança necessárias para o erradicar.
Importa dizer, que cada família é única e que não existe uma solução ideal. Cada família deve avaliar os prós e contras da sua decisão e apresentar um plano que funcione dentro do núcleo familiar. No momento de decidir se o bebé ou a criança deve ou não regressar à creche no início do próximo ano letivo, devem ter-se em consideração alguns aspetos. Para ajudar os papás nesta reflexão passamos a enumerar algumas interrogações: A creche proporciona uma alternativa virtual para que bebés ou crianças mais vulneráveis, com algum problema de saúde, possam participar remotamente nas atividades? A creche verifica os diferentes sintomas da covid-19 diariamente em todos os bebés, crianças e colaboradores? A creche obriga a utilização permanente de máscara para todos os colaboradores? A creche procura fazer uso do espaço exterior, promovendo atividades ao ar livre? A creche segue uma política de desinfeção diária de materiais e brinquedos partilhados? A creche procura a redução de momentos de grupo com excedente de bebés ou crianças? A creche oferece possibilidade de horários de turnos divididos? Assim é possível manter o mesmo pequeno grupo de crianças e colaboradores diariamente e evita-se uma mistura maior de pessoas. A creche tem uma política de licença médica remunerada para todos os seus colaboradores? Este é um indicador de que valoriza a segurança da sua equipa e dos bebés e crianças que a frequentam. A creche possui um plano de contingência, de aprendizagem virtual, para limitar as interrupções, tanto quanto possível, em caso de infeção por covid-19?
Todas estas questões devem ser bem pensadas antes de qualquer decisão. Devemos garantir, na medida do possível, que os nossos bebés estão num local seguro, pois só assim ficamos de coração descansado. Se acha que a creche do seu filho não está preparada, pelo menos para já, para o regresso dos bebés e crianças, pense noutra solução que lhe pareça mais razoável. Ficar ao cuidado dos papás é sempre uma das melhores soluções, no entanto nem sempre é possível. Deve então pensar em alternativas. Por exemplo, as amas, certificadas pela Segurança Social, são uma excelente opção – por norma o número de bebés e crianças para uma só ama é bastante reduzido, o que favorece a atenção e o cuidado dado a cada bebé e reduz a interação da família com o exterior. No entanto, na escolha da ama, deve ter em atenção algumas das questões acima colocadas. Outra opção, igualmente boa, são as cápsulas de aprendizagem, isto é, a junção dos bebés e/ou crianças de dois ou três agregados familiares da vizinhança numa só cápsula. A cápsula permite a junção de um mesmo grupo diariamente. Deve ser um pequeno grupo, sendo as medidas
de segurança, previamente acordadas, semelhantes nos diferentes agregados familiares. Dependendo da disponibilidade de cada família, as crianças de uma mesma cápsula devem ter um cuidador fixo (um dos pais de uma das crianças, por exemplo) ou alternado (uma semana com o pai/mãe de cada criança da cápsula, por exemplo). Em alternativa, deixar o seu filhote entregue a algum familiar próximo da sua confiança (avós, tios, etc.) também é uma boa opção – provavelmente são pessoas com quem já interagem regularmente e que irão, certamente, oferecer à criança todo o cuidado e amor necessários para a sua segurança e bem-estar.
Lembre-se que nem todas as famílias têm acesso às mesmas opções e que muitas dependem das creches para proporcionar refeições e um lugar seguro para a criança. É importante não julgar as opções de cada família sem saber os recursos que têm e as comunidades que representam. Preocupe-se com a sua família, com o seu bebé e com o que é mais confortável e seguro na sua situação. Pondere todos os fatores e garanta que a decisão tomada é a melhor para o seu filhote!
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