Dicas para ajudar a introduzir os sólidos na alimentação do bebé
A fase de introdução dos sólidos é muito importante no processo de desenvolvimento do bebé, portanto vamos tentar ajudar dando algumas dicas que possam contribuir positivamente.
Em primeiro lugar, é importante iniciar esta fase de forma relaxada, isto é, falamos em relação às mamãs e papás que não devem mostrar qualquer tipo de tensões e receios, pensamentos como “Ele não vai gostar…” ou “Ele é tão esquisito, não vai correr bem…”, não vão ajudar. Os bebés são esponjas e absorvem tudo, se existir este tipo de emoção no ar, vão ficar desconfiados e alerta, e não vão querer colaborar nem sequer experimentar.
O momento da alimentação tem de ser confortável em vários sentidos. A cadeira que escolher convém que seja confortável, o bebé deve estar bem sentado, sem fazer pressão sobre o estômago, para não dificultar a digestão. Tem de ser um momento confortável para ele e para nós. A roupa deve ser adequada, não sendo em demasia pois o bebé não vai puder comunicar que tem calor, ou mesmo insuficiente, fazendo que esteja igualmente desconfortável com frio. Como eles não falam temos de estar atentas aos sinais e adivinhar.
Respeitar os sinais do bebé
Se for alimentar o bebé tarde demais, ele vai ficar “cego” de fome e vai ser muito mais difícil conseguir a sua colaboração, principalmente se estiver a iniciar o processo de introdução alimentar. Se o bebé estiver com muita fome não vai aceitar a comida e vai preferir o leitinho habitual, que é o que ele conhece e sabe que o vai saciar. Uma boa regra é dar um bocadinho de leite de início para ele ficar saciado mas não totalmente satisfeito, guardando algum espaço para experimentar a papinha. No final pode dar leite novamente, para perceber se o bebé ainda era capaz de comer mais um bocadinho.
Nunca forçar
Não podemos forçar os bebés a comer, aquele hábito de dizer “só mais uma colher” ou “só mais um bocadinho” não deve ser posto em prática. Devemos estar atentos aos sinais que o bebé dá, por exemplo quando vira a cara, é sinal de que temos de parar. Para ajudar nestas questão, pode ver os nossos vídeos, disponíveis no nosso canal de Youtube acerca da introdução alimentar, em que o nosso lema é que somos responsáveis pelo que damos ao bebé e pelos momentos em que damos, mas ele é responsável por querer comer aquela ou outra quantidade de alimento.
Além disso, se não comemos de tudo, quer seja pela textura ou por uma questão de preferência alimentar nossa, ou se eles vêm que rejeitamos algum tipo de alimento, vamos acabar por ser modelos para eles, sendo natural rejeitarem o mesmo que nos viram se nos viram rejeitar. Para ultrapassar esta questão, deve ser a mãe/pai que goste do alimento em questão a dar o mesmo. Por exemplo se não gosta de laranja mas o pai/mãe gosta, deve ser então ele/a a mostrar que é bom e que também gosta. Desta forma, o bebé acaba por não se aperceber e acaba por estar mais motivado a experimentar. Resumindo, se só comer frango e arroz, não há razão para o bebé querer variar e querer experimentar outro tipo de alimentos.
Se o seu bebé ainda tem o reflexo inato de deitar fora a comida com a língua, deve colocar a comida um bocadinho mais no centro para que o bebé a possa engolir facilmente. Vai ajudar porque sendo um reflexo inato, o bebé deita fora sem o querer fazer, e assim eliminamos este reflexo primitivo.
Fomentar a rotina em família
O bebé deve ter previsibilidade, deve aperceber-se de que vai ser o momento da alimentação e tendo em conta que somos os seus modelos, ele precisa de nos ver a comer, de ver a nossa satisfação na hora da refeição, de viver o momentos em família de modo a querer participar e mimetizar os nossos comportamentos.
Messy play é muito importante
A messy play, ao permitir a estimulação sensorial ou de tato, é muito importante para o seu bebé para prevenir a rejeição e as preferências alimentares estritas. Para tal deve preparar o local da refeição com um plástico por baixo da cadeira, de modo a que o bebé se possa sujar à vontade e deitar coisas ao chão. O bebé deve poder mexer e coordenar o que leva a boquinha, mesmo com as papas, poder meter a mão dentro da taça e lamber, ter o controlo sobre a forma como aprecia e experimenta sensorialmente aquela papinha.
Resumindo, o foco é sempre o bebé, o bem estar dele, os sinais que nos dá e o conforto dele.
Deve criar brincadeiras à volta da alimentação
Enquanto adultos criamos a ideia de que não se brinca à mesa, mas é importante para os mais pequeninos que haja prazer a volta da refeição. Para nós o prazer vem da partilha de conversas à mesa, acerca do nosso dia e trabalho, mas para os mais pequeninos tal não acontece, para eles o dia já foi vivido e não têm interesse. É importante ter algum tipo brinquedos durante a refeição, que podem ser pequenos como por exemplo duas peças de legos, um carrinho, peças de puzzle, de forma a tornar a hora da refeição divertida. No entanto, temos de ter a noção que tal não pode ser usado como forma de aproveitar o facto de a criança estar distraída com a brincadeira para lhe enfiar colheradas na boca. O intuito é tornar o momento divertido, para que mais tarde até se possa tornar num jogo em família (“Quem é este animal?” Cada elemento vai caracterizando um animal de forma a que os restantes adivinhem), em vez de usar o momento apenas para falar de trabalho. Conseguimos desta forma evitar a ideia que eles têm de que é comer e ir embora rápido para poder brincar.
É igualmente importante que quando se vai comer fora, se levem também alguns brinquedos, pois no tempo entre chegar a ementa, fazer a escolha, e esperar a chegada do prato, o bebé não retira qualquer prazer de estar à mesa com os outros enquanto espera pela refeição. Nestas ocasiões podemos levar um caderno para colorir, alguns legos, mini bonequinhos dentro de uma latinha, para eles se entreterem e nós também.
Para saber mais sobre este tema não deixe de assistir a este vídeo.
Até já!