A infância dos nossos filhos tem muito mais a ver com a nossa própria infância do que aquilo que poderíamos pensar
O sono do bebé, as birras, os xixis e os cocós são tudo coisas do dia a dia mas tiram-nos muitas vezes do sério, na relação com os nossos filhos.
Já parou um pouco para pensar o quanto a nossa própria infância nos impacta na forma como lidamos com estas situações?
Já alguma vez se dirigiu aos seus filhos e da sua boca saíram as palavras da sua mãe?! Mesmo que tivesse jurado a si própria que nunca iria fazer o mesmo aos seus filhos?!
Mas porque será que isto acontece?
Como descrevo no meu novo livro SOS Pais,
“a infância é algo poderoso, não só porque é o momento onde acontece um desenvolvimento espetacular mas também porque esse desenvolvimento acontece na relação com os outros. A forma como vivemos a infância vai, de algum modo, tornar-se no paradigma das relações que vamos ter pela vida fora, para o bem e para o mal.
Daí que a infância não só nos preocupe do ponto de vista do nosso papel de pais, a querer fazer o melhor pelos nossos filhos, mas também porque passamos a vida a ser atormentados pela infância que tivemos, em particular depois de nos tornarmos pais.
Por outras palavras, a forma como fomos criados pelos nossos pais, a forma como nos foram reconhecidos os nossos sentimentos e pensamentos, a forma como fomos vistos, olhados e escutados pelo outro vão, literalmente, meter-se no meio da nossa relação com os nossos filhos, quer queiramos quer não.”
As crianças não são muito boas a dar-nos ouvidos mas sempre foram muito boas a imitar-nos, tal como nós o fomos na nossa infância.
O livro SOS Pais faz-nos pensar porque é que todos fazemos as coisas que fazemos e agimos da maneira como agimos com os nosso filhos, os nossos companheiros, a nossa família e a nossa sociedade.